tag:blogger.com,1999:blog-85165225731203909802024-03-08T16:28:11.213-08:00Mensageiro dos VentosLobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.comBlogger61125tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-47265557244350079092011-05-01T19:11:00.000-07:002011-05-01T19:13:20.879-07:00O movimento do jogador no campo de futebol tem a mesma qualidade que o movimento das peças no tabuleiro de xadrezLobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-19370669478015385082010-10-06T11:36:00.000-07:002010-10-06T11:37:10.829-07:00Azul<br />Cor do céu<br />Sem nuvensLobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-31412102714154340112010-10-04T20:26:00.000-07:002010-10-04T20:32:10.748-07:00CaixasA caixa preta pra coisa preta.<br /><br />A caixa amarela pra fita dela.<br /><br />A caixa azul a guiar pro sul.<br /><br />A caixa vermelha se der na telha.<br /><br />A caixa verde pra caiar parede.<br /><br />A caixa branca pra coisa branca.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-33850649773325145622010-09-16T11:39:00.000-07:002010-09-16T11:41:01.072-07:00faca de dois gumesa faca que enfiei no seu coração<br />tem dois gumes...Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-63501040938458588492010-09-15T22:37:00.000-07:002010-09-15T22:40:34.776-07:00insôniasão duas da manhã e você nem ligou<br />pra me tirar da insônia resoluta<br />que não me deixaria como me deixou<br />por causa daquela má conduta<br /><br />depois do mel o sono na raiz da árvore<br />anoitecendo o instante malfazejo<br />em vez de realizar as mil vontades<br />conquistar apenas um desejoLobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-58073921789200273452010-08-15T10:42:00.001-07:002010-08-15T10:43:02.139-07:00o mundoestá morrendo aos poucos<br />com ouvidos moucos<br />sua morte planejadaLobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-35291096984484957032009-11-17T07:38:00.000-08:002009-11-17T07:39:58.459-08:00Assombro:<br />Um poema eclode<br />Do ovo da serpente.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-22506203629107775812009-10-23T11:36:00.000-07:002009-10-23T11:46:40.871-07:00cabeça em farrapos<p class="MsoNormal"></p><span><span>minha cabeça é cheia de loucos</span></span><div><br /></div><div><span><span>que enchem de gritos roucos </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>o ar parado da noite <br /><br /><br /></span></span></div><div><span><span>sopradores de ventos </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>furacões e amenos </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>conforme a prosódia da carne <br /><br /></span></span></div><div><span><span><br />poetas insanos </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>sutis e tirânicos </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>inspirados por musas voláteis <br /><br /></span></span></div><div><span><span><br /> criadores do cosmo </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>cosmonautas do agora </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>em busca do quase nada <br /><br /></span></span></div><div><span><span><br />viajantes etéreos </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>comedores de luzes </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>hedonistas sem causa <br /><br /></span></span></div><div><span><span><br />pra quê dá-los nomes </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>se o que vestem são os farrapos da história?<br /><br /></span></span><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal"><br /></p></div>Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-14618723755443314482009-10-13T09:56:00.000-07:002009-10-13T09:58:53.822-07:00poema inventado<p class="MsoNormal">sonhei um poema</p> <p class="MsoNormal">que grudou na parede</p> <p class="MsoNormal">depois de escapar pelo ouvido</p> <p class="MsoNormal"><br /></p> <p class="MsoNormal">meu corpo sonâmbulo</p> <p class="MsoNormal">levantou em silêncio</p> <p class="MsoNormal">loucomoveu-se em estrépitos</p> <p class="MsoNormal">até a cozinha</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">abriu a gaveta</p> <p class="MsoNormal">puxou uma faca</p> <p class="MsoNormal">e voltou atrás dele</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">chegando no escuro</p> <p class="MsoNormal">e de olhos fechados</p> <p class="MsoNormal">vislumbrou o lagarto</p> <p class="MsoNormal">reptilíneo poema</p> <p class="MsoNormal">cinzento e obtuso</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">brandiu a lâmina</p> <p class="MsoNormal">melodia obscena</p> <p class="MsoNormal">cortando-lhe os pulsos</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">o lagarto faceiro</p> <p class="MsoNormal">escorregou pela poça</p> <p class="MsoNormal">do sangue negro da noite</p><p class="MsoNormal"><br /></p>Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-30615174189852774322009-09-23T08:46:00.000-07:002009-09-23T10:11:20.446-07:00Cajazeirocajazeiro<br />meu olhar descansa sobre teu cenho<br />carregado de nuvens<br /><br />neste inverno hibernas<br />como nos outros também<br />mas os outros são os outros<br />não são este<br />este é nosso<br />é agora<br /><br />e aqui<br />onde paredes e grades e telas<br />amotinam-me os olhos<br />engabelam-me com a ilusão do trabalho<br />tu hibernas do lado de fora<br />único sítio capaz de receber o ímpeto<br />de suas raízes multifacetadas que não vejo<br />mas deduzo que assim sejam<br />pois vislumbro na primeira superfície do chão<br />suas formas retorcidas alegóricas<br /><br />quando levanto da minha cadeira torturadora<br />pra buscar um copo de plástico com água<br />ou um copo de água com plástico<br />aproveito pra assomar pela porta dos fundos<br />como um morcego quase moribundo<br />que sofre os efeitos da luz invernal<br />ainda mais chapante pela brancura homogênea das nuvens<br />sobre o azul escondido do céu<br />e depois de descer um degrau<br />todo o campo de visão se abre<br />e tua presença absoluta se impõe nesse quadro<br /><br />arvoro-me a descrever-te<br />cajazeiro fundador da placidez<br />árvore que esbanja altivez<br />com suas raízes tronco membros<br />ocultas forte vivos<br />sem começo ou fim<br />sem tempo<br />um espaço feito de madeira enrugada<br />cheia de camadas<br />cascas<br />que se renovam em seu processo interior<br />que não ousas revelar<br /><br />tens em teu tronco<br />um coração que pulsa a seiva<br />fortaleza que só a estupidez traspassa<br /><br />tens na seiva o teu maná<br />alimento que se dá<br />a teus quatro membros seminais<br />galhos ancestrais<br />na lida da sobrevivência<br />vento e águas subjugando<br /><br />tens nos galhos o equilíbrio<br />inconteste e definitivo<br />tão preciso para as folhas sucumbirem<br />à sua languidez mutante<br /><br />tens nas folhas o respiro<br />trocas essenciais pelos suspiros<br />que difundem pelos ares<br /><br />tens o momento crucial<br />o motivo primordial de existires<br />o caminho natural simples telúrico<br />raízes tronco galhos folhas<br />culminando no retorno da semente<br /><br />preso nas correntes da sociedade da informação<br />testemunhando pandemias inventadas<br />e consciências propositadamente alienadas<br />aguardo ansioso o verão<br />quando suas folhas verdes tranformar-se-ão<br />em folhas amarelas modificadas<br />ou frutas amarelas ovaladas<br />que protegem os cajazeiros vindouros<br />e alimentam os estupores<br />de uma mente em expansão<br /><br />cajazeiro<br />então pedirei licença pra observar<br />o mundo inteiro se lambuzando de cajáLobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-41235590856655091152009-09-22T08:25:00.000-07:002009-09-23T06:46:31.295-07:00AmendoeiraQuando meus olhos tocaram os olhos da amendoeira,<br />Aqueles olhos negros da noite,<br />Um fogo-fátuo surgiu e se apagou,<br />Deixando um rastro<br />De curiosidade e atração mútua<br />Que por algumas semanas perdurou.<br /><br />Aquela árvore, desengonçada ao vento<br />Que só pela noite volteia,<br />Entre outras árvores a mais invernal,<br />Tem o desenho de um símbolo alvissareiro<br />Dentro de uma mão espalmada<br />Entalhado em seu tronco dorsal.<br /><br />Ao tocar sua madeira vermelha<br />Ruborizou-se ao avesso,<br />Assumindo uma cor rosácea.<br />Um tremido, trêmulo gemido,<br />A percorreu por inteiro,<br />Revelando toda sua audácia.<br /><br />Por aquela árvore, amendoeira imponente,<br />Passou o meu toque invulgar,<br />Mas aparentemente incapaz<br />De revelar-lhe sua essência solar,<br />E assim o que pra mim foi eterno<br />Pra ela foi um brilho fugaz.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-59604646258123607202009-08-30T09:31:00.000-07:002009-08-30T09:57:47.920-07:00O corpo é a raiz da nuvemEnquanto leio o apanhador divagando sobre patos no meio do sermão do professor, a voz do vendedor de cabides de madeira chega aos meus ouvidos através da janela aberta de sol: "Olha o cabide pra roupa, cabide pra roupa". No silêncio da manhã de domingo, sua voz ecoa no vale de prédios, as ondas sonoras ricocheteando nas armações de concreto.<br /><br />Chego à janela e percebo que aquela voz é como o éter: espalha-se no espaço, ocupa-o mais que o corpo que a emite. Se eu não soubesse que era um corpo carregando, além da voz, uns quantos cabides de madeira pra roupa, eu escreveria que era um corpo modificado em parangolés, presos pelo fio invisível da voz que se alteia sobre o silêncio da manhã.<br /><br />Mas a chuva que cai, imprevisível, logo depois, é o efeito dessa atuação, expressão que agora me falta, uma espécie de aboio de asfalto dirigido a um céu de janelas sem parapeitos. Um cantochão, nem fala nem canto, que ultrapassa minha surdez cínica e alcança um ouvido mais atento às coisas da terra.<br /><br />O corpo, através de sua extensão sonora, a voz, é a raiz da nuvem, que se forma pelo acúmulo dessa força telúrica. Instável, ela volta em forma de chuva, pra lavar a marca daqueles passos firmes no asfalto quente e, assim, abrir o caminho pra passagem de outros corpos em parangolés do que seja entoando mantras ao sol.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-31406553985077713162009-08-13T10:10:00.000-07:002009-08-13T10:13:26.102-07:00eclipse da lua<em>minha boca sobrepondo-se à sua<br />meu corpo irmanando-se no seu</em><br /><br />a gênese clara<br />a sombra obscura<br />o desafio de encontrar-se<br />num céu sem nuvens<br />repleto do firmamento<br />estático e vigilante<br />com seus olhos constelações<br />pulsantes ou fixos<br />sobre o objeto observado<br /><br /><em>lua e sombra</em><br /><br />a lua branca rajada de cinza<br />cheia e definida<br />definitiva<br /><br />uma sombra sem corpo<br />amorfa<br />buscando um sentido inexistente<br />que a essência da sombra é aparência<br />da presença de um ente<br /><br />mas o desdobramento constante<br />que a luz origina<br />quando esbarra na opacidade do ser<br />transfigura-se no espaço sideral<br />sem a lei autoritária da gravidade<br />em uma viagem aleatória<br />por pedras flutuantes e sem vida<br />infundindo-lhes a plenitude de serem<br />presença e imagem noturna<br />na mesma aparição.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-2046736473362628872009-08-05T18:58:00.000-07:002010-09-16T11:43:07.320-07:00Poesia:<br />Improviso de bárbaros<br />Na lida da civilização.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-84977028499164513282009-07-21T09:33:00.000-07:002009-07-21T09:34:58.531-07:005-7-5Cinco sílabas<br />Sete transfigurações<br />Cinco pétalasLobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-27504345083579759222008-10-21T15:01:00.000-07:002008-10-21T18:28:37.600-07:00Dois Mestres"Aprendi a tocar pife com 8 anos. Peguei nele e já fui tocando. Ninguém me ensinou. Fui meu próprio mestre". Foram mais ou menos estas as palavras de um mestre do pife do Crato, Ceará. Vi na televisão. Tão rapidamente, mas de longe sem a mesma vivacidade, quanto as palavras que brotaram de sua fala. O entusiasmo que elas continham, naqueles breves segundos, revelou o deus que ele tinha dentro de si. Com certeza ele continua tocando pife pelas ruas do Crato, e tocando pife pelas ruas do Crato é sua verdade primeira e derradeira, sua fala, sua vida eterna.<br /><br />"Alembra do Senhor nos dias da tua mocidade, pois quando vierem os dias ruins, você se perguntará: para quê estou vivendo?". Estas foram as palavras que Seu Alfredo, 81 anos de idade e 53 anos de cristão completados no último dia 14, usou para arrematar seu breve discurso sobre a verdadeira religião, citando o Eclesiastes sem precisar abrir a pequena Bíblia que trazia na mão. Nesse ponto (quando o tempo se imbrica indelevelmente no espaço) o pequeno Cortázar que lia já estava fechado. Era todo ouvidos para o testemunho daquele homem para quem "quando as janelinhas se fecham só quem tem o passaporte entra na cidade santa". As janelinhas são seus olhos miúdos, ainda menores atrás dos óculos bi-focais; o passaporte é Jesus, cuja verdade ele com certeza sempre trazia na mão; e a cidade santa é sua vida eterna.<br /><br />Entre tantas verdades, a minha é atentar para elas.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-8936964036978517322008-10-20T16:24:00.000-07:002008-10-21T15:00:31.052-07:00Mucugê 25 GrausApesar do clima ameno da Serra do Sincorá, que salta da terra como uma cicatriz salta da pele, o fogo estende suas labaredas de mais de 3 metros de altura sobre ela. A 1.200 metros acima do nível do mar o céu fica mais próximo (e mais azul) e o fogo pode estar logo ali. Suas línguas amarelas tremulam mais intensamente que as cores do pôr do sol. A fumaça corre célere pelo céu, ocupando o lugar das nuvens. A sensação de inação é inevitável. Estranha também, na medida em que causa um frêmito no corpo, vindo, de um lado, de uma espécie de fascinação atávica pelo fogo e, de outro, de uma vontade muda de fazer alguma coisa, de formar com os brigadistas uma barreira de carne humana ávida de chamas. Engolir o fogo com a boca.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-86911845292751988452008-10-17T10:07:00.000-07:002008-10-20T16:23:35.827-07:00AdrianaMeu aconchego:<br />Do teu colo acolhedor,<br />Todo cama de pedras e travesseiro de folhas,<br />Faço meu berço,<br />Onde meu cabelo de furacão<br />Toca tua pele macia feito vento suave.<br /><br />Meu poço de águas negras, infinitas,<br />Nado em tua amplidão de peito aberto,<br />Meu corpo flutua no teu universo estrelado<br />Do orvalho das árvores.<br /><br />Teu fio de cachoeira me banha por inteiro,<br />Vazão perene de doçura e música.<br /><br />Amálgama de folhas em preto e branco,<br />Toda verdicidade está em teu olhar,<br />Toda luz que da terra emana faz morada lá.<br /><br />Minha paisagem imutável,<br />Teu movimento é delicado:<br /><br />Está no calor que teu colo compartilha.<br /><br />Na imensidão mágica que teus caminhos oferecem.<br /><br />Na pureza de tuas águas cálidas.<br /><br />No amor tranquilo que nos transforma em natureza.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-8350448530420511092008-10-14T14:55:00.000-07:002008-10-14T15:52:57.929-07:00Vicky Cristina BarcelonaO novo filme de Woody Allen passou pela cidade no <a href="http://www.saladearte.art.br/festival">5º Festival Cinema de Arte de Salvador</a>. Dois adjetivos bastam para qualificá-lo: charmoso e sensual.<br />O charme vem dos diálogos precisos, que delimitam a personalidade de cada personagem. Delimitar aqui não significa limitar, reproduzir estereótipos. O que se vê são tipos que se movimentam com fluidez pela tela. É como se eles fossem jovens amigos do cineasta e tivessem contado uma de suas histórias de amor durante um jantar intimista. Da conversa descontraída para o roteiro foi um pulo.<br />A sensualidade vem em seguida, sutil e inteligente nas cores, vibrantes mas sem exacerbações, e elegante nos diálogos, sem dúvida o maior destaque do filme. A tal ponto que Cristina afirma, ainda no início, que só não se entrega a Juan Antonio se ele fizer um comentário idiota. Woody Allen não o fará, oferecendo ao espectador o singelo prazer de assistir um bom filme.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-14230183834981743702008-10-08T07:16:00.000-07:002008-10-21T18:27:58.685-07:00Pontos Intersticiais da Realidade - A Mandala de SaramagoUma fratura na impalpável dimensão espaço-tempo abre um ponto intersticial da realidade. <a href="http://caderno.josesaramago.org/2008/10/07/o-outro-lado/">Saramago</a> percebe e escreve sua mandala na forma destes diagramas lineares, recolocando uma velha inquietação metafísica de sua infância. Ele alcança a dimensão pura da mente iluminada, e está dado o aforismo:<br /><br /><em>A escuridão é simplesmente o outro lado da luz, a sua face secreta.</em><br /><br />Quando se apaga a luz ou o sol se põe, não é uma presença que substitui uma outra, nem uma presença que se transfigura em uma ausência ao se esconder atrás da cortina do universo. É a luz oferecendo a outra face.<br /><br />No silêncio da noite, Mandala aparece com fios de arame entrelaçados propondo jogos e cosmogonias.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-11803742826680430932008-10-03T13:19:00.000-07:002008-10-03T13:24:18.984-07:00Filosofia de brejoÉ a necessidade que faz o sapo pular.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-6550599502443656002008-09-30T12:01:00.000-07:002008-09-30T12:03:07.852-07:00MinicontoOuviu certa vez que depois de comer tudo ficava mais colorido.<br />Pensou que era por isso os olhos em preto e branco do faminto.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-73920186322939939502008-08-12T16:17:00.000-07:002009-05-22T07:55:47.195-07:00isto não é um poemaisto não é um poema:<br />não há construção<br />nem desconstrução,<br />tampouco versos,<br />apenas um fluxo<br />de palavras-refluxos<br />que o acaso regurgita<br />ao sabor do último almoço;<br /><br />por isso paro, reflito, trato,<br />separo caules e folhas,<br />mastigo as sementes<br />[um gosto a cajá emana da boca],<br />desabrocho da planta a flor..<br /><br />isto não é uma poesia:<br />não há lirismo<br />nem grandes emoções,<br />não há sentimento,<br />apenas um amontoado<br />de palavras-objetos<br />que o acaso despeja<br />no ferro-velho das lamentações;<br /><br />por isso desperto, trago,<br />deixo o dito pelo inaudito,<br />mastigo o infinito<br />[um gosto acre constrange a boca],<br />desafogo do corpo o amor.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-70259223179604495812008-08-08T17:11:00.000-07:002008-08-08T17:14:29.259-07:00Um experimento com o tempoO relógio, mutante,<br />delimita o tempo<br />[que não é]<br />num círculo de repetição<br />[que não é<br />aprendizagem, mas<br />apenas uma prisão].Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8516522573120390980.post-82580107224538897332008-05-31T08:40:00.001-07:002008-08-08T17:06:45.307-07:00Acaso #2Acaso:<br />Destino anônimo,<br />Impenetrável.Lobohttp://www.blogger.com/profile/07486567808973191840noreply@blogger.com1