a beleza está por um triz pra acontecer:
falta apenas um amanhecer.
enquanto o tempo insiste
em prolongar a madrugada,
percorro uma silhueta contra o luar:
a verdade que reside
na força desse traço
[qual escultura em bronze];
a delicadeza que persiste
na imprecisão do verbo
[qual flor em cruz];
o desejo que redime
no encontro dos contrários
[qual deus em criação]
segunda-feira, 24 de março de 2008
sábado, 15 de março de 2008
segunda-feira, 10 de março de 2008
o tempo
o tempo já não urge; ruge
em vermelho o rosto pálido, pálio
que cobre a carne perecível;
tenta tirar da noite sua perenidade [perpétua
idade sem discórdia] pela vacilação dos dias; idas
e vindas de um sol monocórdico;
carentes da beleza silenciosa do mantra
pulsante do firmamento [marfim
discreto no negrume ascendente];
o tempo já não ruge; resigna-se
ante a evidência singular de sua morte; temor
transfigurado em complacência.
em vermelho o rosto pálido, pálio
que cobre a carne perecível;
tenta tirar da noite sua perenidade [perpétua
idade sem discórdia] pela vacilação dos dias; idas
e vindas de um sol monocórdico;
carentes da beleza silenciosa do mantra
pulsante do firmamento [marfim
discreto no negrume ascendente];
o tempo já não ruge; resigna-se
ante a evidência singular de sua morte; temor
transfigurado em complacência.
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