domingo, 25 de maio de 2008

Chuva de Maio

Maio,
Chuvosa manhã
Que se ergue,
Beleza prístina,
Acima dos prédios.
Desperta-me teu sabor mítico,
Teu cinza vário,
Teu desassombro em parecer imprevisível.
Restitui-me o gosto pela vida,
O brilho dos meus olhos,
Meu sorriso fácil.

Chuva,
Ritual das águas
Que são as mesmas,
Mas não são iguais,
No desenrolar perpétuo
Da pedra de Sísifo.
Sacia-me a sede
Das coisas naturais,
Da garganta seca
Dos gritos roucos de dor.
Encharca-me a roupa
Para que a ponha de lado,
E revele-me a alma
Na nudez do corpo.

Um comentário:

pat werner disse...

Muito bom, Lobão!

aqui é Pat, Rio-Moreré conexão,

lembra?