isto não é um poema:
não há construção
nem desconstrução,
tampouco versos,
apenas um fluxo
de palavras-refluxos
que o acaso regurgita
ao sabor do último almoço;
por isso paro, reflito, trato,
separo caules e folhas,
mastigo as sementes
[um gosto a cajá emana da boca],
desabrocho da planta a flor..
isto não é uma poesia:
não há lirismo
nem grandes emoções,
não há sentimento,
apenas um amontoado
de palavras-objetos
que o acaso despeja
no ferro-velho das lamentações;
por isso desperto, trago,
deixo o dito pelo inaudito,
mastigo o infinito
[um gosto acre constrange a boca],
desafogo do corpo o amor.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Gostei muito desse "fluxo de palavras-refluxos". Massa!
Sensacional...
Postar um comentário