sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

o retorno de saturno

no início não havia um começo,
era apenas mais um ciclo se formando,
sem passado,
seja naquele instante ou no último,
sem presente,
que este pode ser infinitamente reduzido
até chegar a nada,
tornando-se a própria negação do tempo,
sem futuro,
um quadro abstrato de uma imaginação febril
cheio de cores em preto e branco.

no meio estava quando compreendeu que participava de um grande jogo que tinha como dono um acaso que insistia em se manifestar como mágico.

o bom fim à casa torna
pra regurgitar um recomeço,
um certo retorno
com um quê de incondicional
e um tanto de excepcional
na maneira como os caminhos se abrem
e se confundem ao mesmo tempo,
criando um labirinto
onde não é permitido deixar rastros,
o verdadeiro lugar do não pensamento,
atemporal,
onde dizer sim a cada momento
é dizer sim ao viver pleno.

saturno retorna
pra criar um labirinto anelado,
encurvado nas dobras do tempo,
alcançando todo o espaço.

dentro da esfera inexata
que se refaz em plena consciência,
o mergulho no oceano da essência
me transforma numa gota de água.

Um comentário:

Anônimo disse...

"o mergulho no oceano da essência
me transforma numa gota de água"

excelente imagem!