no início não havia um começo,
era apenas mais um ciclo se formando,
sem passado,
seja naquele instante ou no último,
sem presente,
que este pode ser infinitamente reduzido
até chegar a nada,
tornando-se a própria negação do tempo,
sem futuro,
um quadro abstrato de uma imaginação febril
cheio de cores em preto e branco.
no meio estava quando compreendeu que participava de um grande jogo que tinha como dono um acaso que insistia em se manifestar como mágico.
o bom fim à casa torna
pra regurgitar um recomeço,
um certo retorno
com um quê de incondicional
e um tanto de excepcional
na maneira como os caminhos se abrem
e se confundem ao mesmo tempo,
criando um labirinto
onde não é permitido deixar rastros,
o verdadeiro lugar do não pensamento,
atemporal,
onde dizer sim a cada momento
é dizer sim ao viver pleno.
saturno retorna
pra criar um labirinto anelado,
encurvado nas dobras do tempo,
alcançando todo o espaço.
dentro da esfera inexata
que se refaz em plena consciência,
o mergulho no oceano da essência
me transforma numa gota de água.
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Um comentário:
"o mergulho no oceano da essência
me transforma numa gota de água"
excelente imagem!
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