terça-feira, 8 de janeiro de 2008

solstício de verão

o maior dia do ano,
o dia sem sombras,
apareceu na janela
num azul mortiço,
sem graça.

a manhã passou
como se estivesse
estendida num varal,
estática.

a tarde se limitou
a uma languidez inexpressiva,
parada.

a noite se fez notar
antes de chegar,
pela demora
em se apresentar
em todo seu esplendor
de dúvida e calor.

seu mensageiro,
o crepúsculo,
olvidou-se do tempo,
divagando entre giz e tesoura,
recortando pedaços alaranjados de céu.

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