quinta-feira, 13 de agosto de 2009

eclipse da lua

minha boca sobrepondo-se à sua
meu corpo irmanando-se no seu


a gênese clara
a sombra obscura
o desafio de encontrar-se
num céu sem nuvens
repleto do firmamento
estático e vigilante
com seus olhos constelações
pulsantes ou fixos
sobre o objeto observado

lua e sombra

a lua branca rajada de cinza
cheia e definida
definitiva

uma sombra sem corpo
amorfa
buscando um sentido inexistente
que a essência da sombra é aparência
da presença de um ente

mas o desdobramento constante
que a luz origina
quando esbarra na opacidade do ser
transfigura-se no espaço sideral
sem a lei autoritária da gravidade
em uma viagem aleatória
por pedras flutuantes e sem vida
infundindo-lhes a plenitude de serem
presença e imagem noturna
na mesma aparição.

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